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| Tomás Antônio Gonzaga — [nome arcádico: Dirceu] (11 de agosto de 1744 - 11 de agosto de 1810) |
1. “Aproveite-se o tempo, antes que faça o estrago de roubar ao corpo as forças e ao semblante a graça!”
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2. “No calmoso Verão as plantas secam; na Primavera, que aos mortais encanta, apenas cai do Céu o fresco orvalho, verdeja logo a planta!”
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3. “Consiste o ser herói em viver justo; e tanto pode ser herói o humilde, como o maior orgulho!”
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4. “Que gosto não terá a esposa amante, quando der ao filhinho o peito brando?”
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5. “Em que se contam as desordens feitas as festas sem festejantes?”
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6. “Amigo, prezado amigo, abre os olhos, boceja, estende os braços e limpa das pestanas carregadas pegajoso humor, que o sono ajunta. Ergue a cabeça da engomada fronha, acorda, se queres ouvir coisas raras!”
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7. “Porém se os justos céus, por fins ocultos, em tão tirano mal me não socorrem, verás então que os sábios, bem como vivem, morrem!”
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8. “As glórias que vêm tarde já vêm frias!”
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9. “As faces vão perdendo as vivas cores, e vão-se sobre os ossos enrugando, vai fugindo a viveza dos meus olhos; tudo se vai mudando!”
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10. “Na regular beleza, que em tudo quanto vive, nos descobre a sábia natureza!”
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11. “Eu tenho um coração maior que o mundo, tu bem o sabes: um coração, e basta, onde tudo cabes!”
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12. “Propunha-me dormir no teu regaço as quentes horas da comprida sesta!”
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13. “Que prazer não terão os pais, ao verem com as mães um dos filhos abraçados; jogar outros a luta, outros correrem nos cordeiros montados. Que estado de ventura: que até naquilo, que de peso serve, inspira amor e doçura!”
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14. “Se à inocência denigre a vil calúnia, que culpa aquele tem, que aplica a pena? Não é o julgador, é o processo e a lei, quem nos condena!”
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15. “Na janela da sala e ao ar levanto, os olhos já molhados. Céus, que vejo, não vejo estrelas que, serenas, brilhem, nem vejo a lua que prateia os mares fulgentes!”
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16. “A cópia é tua, que Cupido é deus suposto: se há Cupido, é só teu rosto que ele foi quem me venceu!”
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17. “As pragas, que no Egito se choraram, do que veres que sobe ao teu governo, carrancudo casquilho, a quem rodeiam os néscios, os marotos e os peraltas!”
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18. “Não fui nenhum vaqueiro, fui honrado pastor da tua aldeia, no manejo do teu manso gado, nem tenho, a que me encoste, um só cajado!”
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19. “Repara, como cheia de ternura, entre as asas ao filho essa ave aquenta, como aquela esgravata a terra dura, e os seus assim sustenta!”
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20. “Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; das brancas ovelhinhas tiro o leite, e mais as finas lãs, de que me visto!”
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* Tomás Antônio Gonzaga foi indicado por Silva Ramos (um dos fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras), como Patrono da cadeira 37.
