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Alberto Raposo Pidwell Tavares — Al Berto (11 de janeiro de 1948 - 13 de junho de 1997) |
1. “Visite-me enquanto não envelheço!”
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2. “Me habituei a morrer sem ti, com uma esferográfica cravada no coração!”
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3. “Amanhã, ou enquanto dormes, vou pensar em ti!”
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4. “A urgência de escrever não se sabe para quem? E ao acordar... A incoerente cidade odeia quem deveria amar!”
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5. “Demoraste tanto a voltar dessa viagem, o mar subiu ao degrau das manhãs idosas, inundou o corpo quebrado pela serena desilusão!”
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6. “O certo é que por vezes morremos magros até ao osso, sem amparo e sem Deus!”
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7. “Atravessamos a vida com o nome do medo e o consolo de algum vinho que nos sustêm!”
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8. “Pernoitamos onde nos deixam e o coração também!”
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9. “Será que nos resta muito depois disto tudo, destes dias assim, deste não-futuro que a gente vive?”
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10. “Não é o rosto de Deus, nem o teu, nem aquele outro, que durante anos permaneceu ausente e o tempo revelou não ser o meu!”
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11. “A boca procura o Sul e os lugares dantes povoados!”
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12. “Ninguém dançará de alegria sobre os vestígios incandescentes de nossa alma carbonizada!”
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13. “Não estou triste, não tenho projetos nem ambições!”
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14. “Apenas um rosto muito belo surge etéreo, na vasta insônia que nos isolou do mundo!”
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15. “Eu, indiferente à sonolência da língua, ouço o eco do amor há muito soterrado!”
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16. “Foram breves e medonhas as noites de amor. E regressar do âmago delas, esfiapava-lhe o corpo habitado ainda por flutuantes mãos... Estava nu!”
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17. “O tempo escoa-se na música silente deste mar, ah meu amigo, como invejo essa tarde de fogo, em que apetecia morrer e voltar!”
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18. “Dizem que a paixão o conheceu!”
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19. “Andamos pelo mundo experimentando a morte dos brancos cabelos das palavras!”
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20. “E uma vez acordou, caminhou lentamente por cima da idade, tão longe quanto pôde, onde era possível inventar outra infância que não lhe ferisse o coração!”
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