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Luís Carlos Verzoni Nejar (11 de janeiro de 1939) |
1. “As minhas mãos: telhado no teu rosto de pombas!”
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2. “As coisas vão mudando muito. O tempo vai mudando as coisas!”
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3. “Não me julguem tão fácil... Não me julguem tão mesquinho, tão cotidiano!”
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4. “Não venham com razões e palavras estreitas!”
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5. “O morto como um móvel, na sala, de perto, conformado e justo!”
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6. “Se quiserem saber donde venho... Não sei donde venho. Talvez venha do vento, do deserto, do mar, ou do fundo das madrugadas!”
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7. “Por mais grave a doença, a dor já me curou!”
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8. “O que sou, é dar socos contra facas quotidianas. E é pouco!”
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9. “Vim, com a escura coragem, de um réu antigo e selvagem. O que me prendeu, lutou comigo e venceu!”
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10. “Não me amem tão depressa... Não me compreendam tão depressa!”
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11. “Giram as mãos e os pés atados... No centro, no fim!”
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12. “Os orifícios dessa fé aguçada, calcinada, mas em pé!”
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13. “Se quiserem saber do meu destino... Não sei do meu destino, não sei do meu nome. Só sei daquela sede, imensa sede, que ainda não foi saciada!”
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14. “Renascendo, vivendo a castidade dura, nem o amor te dará o seu intento!”
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15. “O que sou sustenta o que não sou!”
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16. “Sempre tratei a morte na lavrada!”
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17. “O chapéu do argumento nítido, cabe na frase ou na testa!”
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18. “O pão que trago comigo, não é pão... É fogo. O vinho que trago comigo, não é vinho... É sangue. E eu vos afirmo: todos hão de beber do Fogo e do Sangue!”
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19. “É preciso partir da manhã para o escuro de Deus. Das coisas para as coisas. Pisar na dor para o equilíbrio da terra e os frutos. É preciso amar sempre!”
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20. “Se quiserem saber quem sou... Não sei quem sou. Só sei que em mim, a sombra e a luz, são vultos, que se buscam e se amam loucamente!”
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* Carlos Nejar é membro da ABL - Academia Brasileira de Letras, cadeira 4 (Patrono: Basílio da Gama - Fundador: Aluísio Azevedo).