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José Bonifácio de Andrada e Silva — José Bonifácio, o Moço (8 de novembro de 1827 - 26 de outubro de 1886) |
1. “Na solidão da morte, ali repousam os ossos de pai, de irmãos. Embalde choras coração sem ventura. A lousa é muda e a voz dos mortos só a campa a entende!”
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2. “Eu já tive em belos tempos alguns sonhos de criança, já pendurei nas estrelas a minha verde esperança!”
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3. “O sol surgindo feiticeiro, entre nuvens de cores recamadas, segredava mistérios!”
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4. “Sabia tantas histórias que não me lembro nenhuma; aos meus prantos apagaram todas, uma a uma!”
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5. “Que a maldição cuspis-te em minha memória?”
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6. “Teus pés sobre o chão, no meu coração faz eco, passando!”
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7. “Contente à sombra da noite rezava a Virgem Maria. De noite tinha esquecido os pensamentos do dia!”
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8. “Meus pobres versos perdidos, todos acabaram... Só folhas secas ficaram!”
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9. “Depois e depois... Tudo se torna passado!”
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10. “Quando eu ria, que riso... Quando chorava, que pranto... Quando rezava, que prece... E nessa prece que encanto!”
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11. “A cegueira vendou-me estes olhos!”
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12. “Na infância tive um canteiro de estrelas, de nuvens tive um rosal e no final, roubei às tranças da aurora boreal!”
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13. “Já fui feliz, ardente, ansioso. Esta vida boiou-me em mar de encantos!”
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14. “Ambições, que eu já tive, que é delas? Minhas glórias, meu Deus, onde estão?”
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15. “O vulto de meu pai perto, ao meu lado, minhas irmãs brincavam inocentes, puras, ingênuas, como a flor que nasce em recatado jardim. Ai, minha infância não voltarás, dormes daqueles sonhos esquecida!”
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16. “No verde-negro seio do oceano chorando a face esconde. Meus amores talvez morreram todos!”
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17. “A luz ao cego, o orvalho às flores, a liberdade ao triste prisioneiro e a terra da pátria ao foragido... Tudo morreu!”
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18. “Que amor tão santo, que crença pura, que inefáveis gozos, que venturas sem fim, calcando ousado humanas impurezas!”
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19. “Já recolhi pelo mundo muitas suaves lembranças!”
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20. “Sonhei, penei, vivi e morri de amores!”
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* José Bonifácio, o Moço foi indicado por Medeiros e Albuquerque (um dos fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras), como Patrono da cadeira 22.