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| Raul Bopp (4 de agosto de 1898 - 2 de junho de 1984) |
1. “A noite encalhou com um carregamento de estrelas!”
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2. “E me sumo sem rumo no fundo do mato, onde as velhas árvores grávidas cochilam!”
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3. “Quero sentir a quentura do seu corpo de vaivém!”
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4. “O vento desarruma os teus cabelos soltos e modela o vestido na intimidade do teu corpo exato!”
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5. “Um assobio assusta as árvores. Silêncio se machucou!”
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6. “O mato acorda no teu sangue sonhos de tribos desaparecidas, filha de raças anônimas que se misturam em grandes adultérios!”
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7. “Quero contar-te uma história: vamos passear naquelas ilhas decotadas? Faz de conta que há luar!”
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8. “Você estava vendo este risco fundo. Que atravessa a sua mão de baixo para cima? Pois é a linha do coração, você ainda há de ser muito feliz menino!”
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9. “Ando com uma jurumenha que faz um doizinho na gente e mexe com o sangue devagarinho!” - (Jurumenha é uma espécie de abóbora doce)
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10. “Dissolvem-se rumores distantes num fundo de floresta anônima. Sinto bater em cadência a pulsação da terra. Silêncios imensos se respondem!”
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11. “Um dia ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim!”
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12. “Me enfio nessa pele de seda elástica e saio a correr mundo!”
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13. “As florestas ergueram braços peludos para esconder-te!”
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14. “Então você tem que apagar os olhos primeiro... O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas. Um chão de lama rouba a força dos meus passos!”
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15. “A tua carne triste se desabotoa nos seios recém-chegados do fundo das selvas. Pararam no teu olhar as noites do Amazonas mornas e imensas!”
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16. “A noite chega mansinho. Estrelas conversam em voz baixa!”
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17. “Jacarés em férias mastigam estrelas que se derretem dentro d’água!”
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18. “Chegam ondas cansadas de viagem descarregando montanhas!”
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19. “Quero porque te quero, nas formas do bem-querer. Querzinho de ficar junto que é bom de fazer doer!”
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20. “Eh, Pagu, eh! Dói porque é bom de fazer doer!”
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