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| Carlos José Fontes Diegues — Cacá Diegues (19 de maio de 1940 - 14 de fevereiro de 2025) |
1. “É interessante como o fracasso de um projeto é capaz de mudar positivamente a vida, às vezes mais do que qualquer sucesso!”
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2. “Não sou um profissional de cinema, mas um militante dele!”
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3. “Quem faz cinema deve estar sempre preocupado com a imaginação e o humor!”
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4. “De toda maneira, de meninos na escola a adultos em batalhas públicas pela liberdade, nos habituamos à poesia!”
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5. “Ao longo do tempo, tentei escrever sobre várias coisas!”
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6. “Eu devia ter uns cinco anos de idade, quando fui pela primeira vez ao cinema. O acesso à sala de exibição do cinema, se dava por uma porta lateral, bem próxima à tela. De modo que, ao entrar, logo perdi o ar, fiquei sufocado diante da luminosidade intensa daquelas gigantescas imagens prateadas, fora de proporção em relação ao mundo real à minha volta!”
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7. “Toda boa arte fala sempre do estado do mundo, através de uma dramaturgia conveniente a seu tempo e lugar. Essa é a base fundadora de toda criação humana, desde que o homem inventou a civilização, enterrando seus mortos, orando a seus deuses, fabricando sua comida, bolando seu modo de amar!”
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8. “Minhas memórias afetivas passeiam pelos ensaios da Portela e pelos treinos do Botafogo de Futebol e Regatas, meu clube de coração, que presenciei com frequência na década de 1950!”
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9. “Querer fazer cinema no Brasil era uma doidice que nunca poderia dar certo. Como aliás minha mãe também achava!”
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10. “Uma tia, prima de meu pai, que me levava ao cinema, apontou para a parede iluminada e me ameaçou: ‘Não bote a mão na tela, menino, que sua mão fica lá, presa pelo resto da vida’. E diante desse lirismo, minha mão, de fato, ficou presa na tela para sempre!”
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11. “Os gregos foram os primeiros a dar um formato à dramaturgia que, ao longo da história, foi sendo adaptada às novas realidades, sofrendo mudanças radicais, das arenas de Atenas, do palco italiano à tela de cinema, da televisão à internet!”
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12. “Fazer cinema é um amor que, como todo amor, talvez seja mesmo inexplicável!”
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13. “No quadrilátero brilhante e sem cor, as pessoas se vestiam como no passado e praticavam lentos gestos elegantes, como se fosse uma coreografia anti-carnavalesca!”
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14. “O filme ‘Rio, 40 graus’ foi o nosso primeiro passo na direção da revelação de tudo o que o cinema brasileiro podia ser e ainda não era!”
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15. “Nas primeiras entrevistas, desde meus primeiros curtas-metragens amadores, me sentia desconfiado de que talvez não tivesse mesmo cara de cineasta. Uma atividade que eu não devia ter o direito de exercer, por falta de confiança da parte de quem provavelmente entendia do assunto, os jornalistas especializados!”
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16. “Me dei conta de que o mundo antigamente deve ter sido preto e branco; e que se falava uma outra língua que não era a minha!”
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17. “O que eu pensava e queria dizer a propósito de minha primeira sessão de cinema, é a afirmava do filme ‘Em busca do tempo perdido’: ‘O essencial não é lembrar-se, mas aprender’. Aprendi tanto, como voltei a aprender muito mais, uns dez anos depois!”
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18. “A emoção com que o vimos o filme ‘Rio, 40 graus’, não se resumia a sentimentos nobres diante de histórias humanamente comoventes e socialmente revoltantes, entre personagens que conhecíamos bem e com os quais podíamos cruzar na rua, assim que saíssemos do cinema!”
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19. “Eu concordo plenamente que o bom filme é aquele possível de ser feito!”
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20. “Desde a infância do ser humano no planeta, a dramaturgia existe para atender à nossa necessidade de contar histórias e as ir aperfeiçoando. Existe para dizermos, uns aos outros, como vemos o que está diante de nós. E mesmo o que não está diante de nós, sendo o visível apenas a parte mais simples e provavelmente a menos interessante do real!”
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* Cacá Diegues foi membro da ABL - Academia Brasileira de Letras, cadeira 7 (Patrono: Castro Alves - Fundador: Valentim Magalhães).
