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João da Cruz e Sousa [Cisne Negro] (24 de novembro de 1861 - 19 de março de 1898) |
1. “Nada há que me domine e que me vença. Quando a minha alma mudamente acorda!”
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2. “Ninguém te viu, sentimento inquieto, magoado, oculto, aterrador, secreto!”
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3. “Gargalha, ri, num riso de tormenta... Coração tristíssimo palhaço!”
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4. “Certa tristeza indizível, abstrata, como se fosse a grande alma sensível, magoada, mística e doce!”
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5. “Anda em mim, soturnamente, uma tristeza ociosa, sem objetivo, latente, vaga, indecisa, medrosa!”
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6. “Cada alma tem seu íntimo recato uma estrela perdida, e cada coração numa estrela uma vida!”
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7. “Quero ser livre da matéria escrava, arrancar os grilhões que nos flagela!”
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8. “Sonhos, mistérios, ansiedades, zelos, tudo que lembra as convulsões de um rio passa na noite cálida, no estio da noite tropical dos teus cabelos!”
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9. “Não perde a sua viva claridade; cantam as aves do Céu na intimidade do coração mais indiferente!”
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10. “Nas lutas vãs do tenebroso mundo, os mortos são ainda o bem profundo, que nos faz esquecer o horror dos vivos!”
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11. “Diversas outras tristezas, nem da vida nem da morte são ligeiras!”
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12. “Tristeza de não sei donde, de não sei quando nem como? Flor mortal, que dentro de mim se esconde!”
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13. “Se pedem-me um bis, um bis não se despreza!”
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14. “Tudo negro e sinistro vai rolando... Do vendaval da morte uivando!”
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15. “Junto aos mortos, por certo, a fé ardente não perde a sua viva claridade!”
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16. “Ah, toda alma num cárcere anda presa. Anda em mim, uma tristeza ociosa!”
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17. “Crer no doce consolo da saudade, é esperar o descanso eternamente!”
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18. “Uma tristeza que eu mudo, fico nela meditando e meditando, por tudo, e em toda a parte sonhando!”
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19. “Nesses silêncios solitários e graves vindos do Céu, quem possui as chaves para abrir-vos as portas dos mistérios?”
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20. “Quantas sensações ao vê-los. Cabelos negros, do esplendor sombrio, por onde corre o fluido vago e frio dos brumosos e longos pesadelos!”
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