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| Eugenio Montale (12 de outubro de 1896 - 12 de setembro de 1981) |
1. “E agora o que será da minha viagem? Sem saber nada. Um inesperado!”
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2. “Os corpos se exaurem evaporam-se pela vida!”
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3. “Não nos peças a fórmula que te possa abrir mundos, e sim alguma sílaba torcida e seca como um ramo. Hoje apenas podemos dizer-te o que não somos, o que não queremos!”
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4. “A comunicação de massas, as emissoras de rádio, e especialmente as de televisão, tem tentado, não sem sucesso, aniquilar toda a possibilidade de estarmos sós e refletirmos!”
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5. “Ignoras o vento da angustia, com seu fardo, mas paira sobre ti um fervor de musa que reencontro em teu rosto!”
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6. “Esperar é mais alegria consumada!”
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7. ““Boas notícias, sinto-me ao mesmo tempo mestre e discípulo!”
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8. “Tua idade me espanta, te defende e me acusa... Alma vivida sabes dar vida a mim que ignoro e tateio num tempo que voa como os teus trinta anos!”
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9. “Faixas de luz se estendem como vias ao Céu que retumba!”
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10. “Vós, palavras, traís em vão o ataque secreto, o vento que sopra no coração. A razão mais verdadeira é de quem cala!”
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11. “Felicidade alcançada, caminhamos por você no fio da espada!”
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12. “Sinto hoje minha imobilidade como um tormento!”
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13. “As coisas não pedem nada mais que durar, que persistir contentes da infinita fadiga!”
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14. “Caminhar numa tarde de calor junto a um abrasado muro, que tem em cima cacos agudos de garrafas!”
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15. “Não se lia mais na face do mundo um traço do frenesi suportado toda a tarde!”
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16. “Vivo nesse bloco monótono do tempo!”
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17. “O ar é tão límpido que escurece!”
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18. “Tendem à claridade das coisas obscuras!”
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19. “Será o instante talvez, muito esperado, que te salve do findar tua viagem. Aceno de uma vida sufocada que para ti surgira, e o vento a leva na cinza dos astros!”
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20. “Os poetas movem-se tão-somente entre as plantas, de nomes pouco usados: Buxos Ligustros e Acantos. Eu, por mim, gosto de caminhos que levam às agrestes, valas aonde em poças, já meio secas rapazes apanham alguma enguia miúda!”
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* Eugenio Montale foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura no ano de (1975).
