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Florestan Fernandes (22 de julho de 1920 - 10 de agosto de 1995) |
1. “Contra as ideias da força, a força das ideias!”
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2. “Um povo educado não aceitaria as condições de miséria e desemprego como as que temos!”
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3. “É muito complicada a vida de um intelectual na sociedade de consumo de massa!”
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4. “Eu nunca estive sozinho. Havia a minha mãe. Porém a soma de duas fraquezas não compõe uma força!”
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5. “Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas!”
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6. “Não me preparei para ser um universitário, mas fui universitário no sentido pleno da palavra!”
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7. “Eu, felizmente, não cumpri o caminho comum entre imigrantes, de aspirar à ascensão social e adotar as técnicas das classes dominantes. Fiquei fiel a minha origem socialista!”
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8. “Eu tenho uma vida vivida. Isso é muito importante. Agora, é preciso ver qual o horizonte intelectual da pessoa, porque a idade não é um valor. A pessoa pode viver vegetativamente ou de uma forma criadora, não importam as suas origens!”
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9. “O caráter humano chegou-me por frestas pelas quais descobri que não é o que se impõe aos outros de cima para baixo ou através da história; é o homem que estende a mão aos semelhantes e engole a própria amargura para compartilhar a sua condição humana com os outros, dando-se a si próprio!”
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10. “Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade!”
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11. “Apesar da minha condição de socialista militante, não tentei vincular a estratégia de trabalho apontada exclusivamente ao marxismo!”
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12. “Sou um socialista marxista que acha que a solução para os problemas dos países capitalistas é simples: está na revolução econômica!”
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13. “A cultura dos meus mestres estrangeiros me intimidava. Eu pensava que jamais conseguiria igualá-los. O padrão era demasiado alto para minha potencialidade provinciana, para a minha precária bagagem intelectual!”
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14. “Queria ser professor e poderia atingir esse objetivo através de vários cursos. O meu vago socialismo levou-me a pensar que poderia conciliar as duas coisas, a necessidade de ter uma profissão e o anseio reformista de, cuja natureza eu não conhecia bem, mas me impulsionava na escolha das alternativas!”
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15. “Os que não tem nada que dividir repartem com os outros as suas pessoas, o ponto de partida e de chegada da filosofia!”
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16. “Eu era como que um estranho e, a vários respeitos, um intruso. O núcleo daquele pequeno grupo não só procedia de famílias tradicionais de classe média ou alta. Ele era composto por estudantes que vinham do pré e que tinham, portanto, laços intensos de camaradagem e de solidariedade intelectual!”
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17. “A minha socialização plebeia poderia ser mais rica. Porém, o submundo dentro do qual circulava, de engraxates, entregadores de carne, aprendizes de barbeiro ou de alfaiates, balconistas de padarias, copeiros, garçons, ajudantes de cozinheiro, etc..., fechava-se dentro de um círculo pobre!”
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18. “Sempre tive pouco tempo para aproveitar a infância!”
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19. “O caminho percorrido envolvia rupturas profundas. Primeiro, com minhas ambições científicas anteriores. De início, senti-me fortemente inclinado a concentrar-me nos problemas teóricos da Sociologia e vários dos meus ensaios revelam essa preocupação!”
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20. “O menino que eu era vivia essa amalgamação convertendo-se em um ser humano de tipo especial, passando o dia-a-dia oscilando entre a fome e a fartura, trabalhando como se fosse adulto. O código de honra de ninguém evitava isso e tendo de admitir que a limpeza exigente de minha mãe não excluía a presença das baratas, a roupa remendada e larga ganha de famílias generosas ou herdada dos mais velhos!”
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