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Fernando Gonçalves Namora (15 de abril de 1919 - 31 de janeiro de 1989) |
1. “Quando o nosso silêncio são vozes turbas, dúbio é o desejo quando não é transparente!”
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2. A minha poesia é assim como uma vida que vagueia pelo mundo, por todos os caminhos do mundo, desencontrados como os ponteiros de um relógio velho!”
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3. “Secreto me acho e secreto me sentes quando secreto me julgas, impuro me reconheço!”
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4. “A pena caiu-me das mãos, acabou-se o poema no papel. Cá por dentro continua!”
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5. “Homem, até o barro tem poesia, olha as coisas com humildade!”
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6. “Seja como a onda que morre, para outra começar!”
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7. “Não contes que eu tenho alma sem luz!”
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8. “A vida é uma vela de corpo hirto que se vai derretendo, derretendo, na calmaria falsa e densa!”
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9. “Clandestinos somos quando o que somos teme a face que pesquisa!”
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10. “Os caminhos se abrirão para os homens que seguirem de mãos dadas!”
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11. “As palavras viriam revelar-me tudo. E eu prefiro esta angústia de não saber de quê?”
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12. “Há em todas as coisas a marca estranha da minha presença. Sons, palavras, imagens, tudo eu desfiguro e torno falso. As pessoas, à minha volta, deslizam vagamente como sonâmbulos!”
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13. “A noite caiu sem manchas e sem culpa. Os homens tiraram as máscaras de bons atores. Findou o espetáculo!”
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14. “Um grito de revolta se solta por aí, e não encontra obstáculo para o eco!”
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15. “A enxada sem uso, o arado enferruja, o menino quer o pão; a tua casa é fria!”
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16. “Fora de ti há o mundo e nele, há tudo que em ti não cabe!”
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17. “Saltarás ribeiros, mares, relevos... A tua alma não morre!”
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18. “Mas, enquanto deixo a janela aberta para entrares, o mar, aí além, sempre duvidoso, desenha interrogações na areia molhada!”
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19. “Todos os caminhos me servem. Em todos serei o ébrio cabeceando nas esquinas!”
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20. “Que ninguém me peça nada. Deixai-me com o meu dia que nem sempre é dia, com a minha noite que nem sempre é noite; como a alma quer... Não sei caminhos de cor!”
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