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| Antônio Mariano Alberto de Oliveira (28 de abril de 1857 - 19 de janeiro de 1937) |
1. “A alma dos meus vinte anos noutro dia, senti volver-me ao peito, e pondo fora a outra, a enferma, que lá dentro mora... Achava-me ao teu lado então, Luzia... Mas quando te foste, novamente, a alma de hoje tornou a ser comigo, e foi contigo a alma dos meus vinte anos!”
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2. “Ora repleta, ora esvazada, a taça amiga aos dedos seus tinia!”
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3. “O ósculo teu me vivifica!”
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4. “Fica às vezes em nós um verso a que a ventura não é dada jamais de ver a luz do dia; fragmento de expressão de ideia fugidia!”
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5. “Os beija-flores, em festa, com o sol, com a luz, com os rumores, saem da verde floresta!”
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6. “A saudade da luva abandonada, são daquelas mãos de dedos claros!”
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7. “Na mesa em que escrevo apenas fica sobre o papel, rastro das asas tuas, um verso, um pensamento, uma saudade!”
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8. “Sobre um trono de mármore sombrio, em templo escuro, há muito abandonado, em seu grande silêncio, austero e frio, um ídolo de gesso está sentado!”
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9. “A escura sorte minha, o meu destino, como um vento irado, levou-vos longe e me deixou sozinha!”
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10. “Breve momento após comprido dia de incômodos, de penas, de cansaço inda o corpo a sentir quebrado e lasso, posso a ti me entregar, doce poesia!”
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11. “As flores embelezam a feliz chegada... A vida. E não haverá uma rosa de tantas, uma açucena, uma violeta piedosa, que quando a morte sem pena chegar, embelezarão também a dor da despedida!”
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12. “Um velho mandarim é uma singular figura!”
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13. “Sobre este cofre, desta cama ao lado, murcho, como uma flor, triste e mesquinha, bebendo ávida o cheiro delicado, que aquela mão de dedos claros tinha!”
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14. “Chinês: povo de olhos cortados e feição de amêndoa!”
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15. “Morra, volvendo ao nada, embrião de pensamento abafado em si mesmo e em sua escuridão!”
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16. “Os beija-flores, em bando, são boêmios enfeitiçados!”
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17. “Desta janela aberta, à luz tardia do luar em cheio a clarear no espaço, vejo-te vir, ouço-te o leve passo, na transparência azul da noite fria!”
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18. “À meia voz murmura, vindo-nos da consciência o fluxo lá da sombria profundeza da mente, onde erra e se enfastia, cantando, a distrair os ócios da clausura!”
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19. “Fino artista chinês, enamorado, em sua obra pusera o coração doentio, em rubras flores de um sutil lavrado, na tinta ardente, de um calor sombrio!”
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20. “Assim um coração repousa em sono... Assim meu coração vive fechado!”
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* Alberto de Oliveira foi um dos fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras, cadeira 8 (Patrono: Cláudio Manuel da Costa).
