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Hélia Correia (17 fevereiro de 1949) |
1. “A terceira miséria é esta, a de hoje. A de quem já não ouve nem pergunta!”
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2. “De que armas disporemos, senão destas que estão dentro do corpo: o pensamento, a ideia resgatada!”
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3. “Nós, os ateus, nós, os monoteístas, nós reduzimos a beleza a pequenas tarefas!”
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4. “Temos de inaugurar tudo novamente, a começar pelas frases de incentivo, pois as que ouvimos, de tão velhas, tão usadas, perderam o vigor. Estão transformadas!”
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5. “Não entendo as coisas que movem as pessoas e não sei nada do que se passa!”
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6. “Estamos doentes de abundância!”
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7. “Nada do que é humano me é estranho!”
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8. “Só escrevo quando chove!”
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9. “Não percebo muito bem a minha poesia, porque é ela que me percebe!”
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10. “Sem palavras voltamos para a pré-história!”
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11. “Gosto de ouvir a frase: respeita a tua mãe!”
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12. “Vai atirando com o olhar, a tentar abarcar tudo o que se pode ver, ou se adivinha perto!”
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13. “Escrever é uma servidão que eu agradeço!”
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14. “Uma ausência e o seu grande silêncio, cantilena sobre a mão do poeta!”
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15. “Sofremos, sim, de idêntica indigência das ruínas da Grécia!”
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16. “Toda beleza é também um espanto!”
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17. “Os pobres confortáveis, olham para cima, para as torres, supondo que as podiam habitar. Glória das águias, que nem águias tem!”
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18. “A perturbação é a morada da alegria!”
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19. “Para que servem os poetas em tempo de indigência? Dois séculos corridos sobre a hora em que foi escrita esta meia linha!”
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20. “Pelo dom da palavra e pelo seu uso, que erguia e abatia, levantava e abatia outra vez, deixando sempre um rasto extraordinário!”
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