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João Cabral de Melo Neto (9 de janeiro de 1920 - 9 de outubro de 1999) |
1. “Mesmo sem querer fala em verso, quem fala a partir da emoção!”
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2. “O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas... Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte!”
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3. “Eu me refugio nesta praia pura onde nada existe em que a noite pouse!”
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4. “Sem que se faça um presente não pode haver um futuro!”
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5. “Não há guarda-chuva contra o poema!”
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6. “Escrever é estar no extremo de si mesmo!”
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7. “A vida não se resolve com palavras!”
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8. “Tu és a antecipação do último filme que assistirei!”
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9. “Ao redor da vida do homem há certas caixas de vidro, dentro das quais, como em jaula, se ouve palpitar um bicho!”
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10. “O que vive não entorpece!”
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11. “Fazer o que seja é inútil. Não fazer nada é inútil. Mas entre fazer e não fazer mais vale o inútil fazer!”
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12. “Desordem na alma que se atropela sob esta carne que transparece... Procura a ordem desse silêncio que imóvel fala!”
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13. “O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome!”
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14. “Falo somente com o que falo: com as mesmas vinte palavras girando ao redor do sol!”
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15. “Esta folha branca me proscreve o sonho, me incita ao verso nítido e preciso!”
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16. “Saio de meu poema como quem lava as mãos!”
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17. “Tua roupa melhor será de terra e não de fazenda: não se rasga nem se remenda!”
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18. “Ainda me parece sentir o mar do sonho que inundou meu quarto!”
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19. “Catar feijão se limita com escrever: jogam-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel!”
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20. “Essa cova em que estás, com palmos medida, é a cota menor que tiraste em vida!”
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* João Cabral de Melo Neto foi membro da ABL - Academia Brasileira de Letras, cadeira 37 (Patrono: Tomás António Gonzaga - Fundador: Silva Ramos).